Amor na Paulista
Queria te roubar um beijo
num conversível lilás
na Paulista
após a meia-noite.
Aumentaria o som.
Cantaria cheek to cheek
junto com a grande dama.
No meu pescoço,
você enroscada como
uma echarpe cinza.
Eu daria uma baforada
no meu cigarro imaginário e
me ajeitaria no sobretudo,
olhando para você.
Este seu rosto inocente
com olhos fechados me diria:
"Vá em frente."
A boca borrada de batom
me deixaria explodindo de excitação.
Pousaria a mão,
indecentemente,
nessas pernas moldadas
para uma diva de cinema.
As ligas na altura da coxa
me deixariam de quatro,
como um trouxa,
um tolo sentimental,
um insano e irracional.
Eu cantaria,
berraria que a amava
e aceleraria na Avenida.
Quereria você como nunca.
Só que me restou
apenas um blues.
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